[Some books are to be tasted, others to be swallowed, and some few to be chewed and digested]




Harry Potter e a Ordem de Phoenix já tem data de lançamento na Inglaterra, Austrália, Estados Unidos e Canadá. Depois de todos os "bloqueios" de J.K. Rowlling, de seu casamento, e das sucessivas tentativas de lançar o livro, finalmente a Bloomsbury, editora da série, lança o comunicado oficial: 21 de junho. Ao que parece, nesta aventura existirão boas surpresas, como o retorno do prof. Lupin, o bruxo-lobisomen de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, além da suposta "morte de um personagem importante", já anunciada pela autora, e um clima "muito mais sombrio do que as aventuras anteriores", o que é de se esperar, uma vez que Lord Voldermort e seus seguidores voltaram à ativa. Além do mais, é a maior aventura do bruxinho, até agora, com 255 mil palavras ( Harry Potter e o Cálice de Fogo tinha 180 mil e mais de 300 páginas em sua edição brasileira). O livro ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.

Com o devido desconto, já que Harry Potter não é nenhuma obra-prima da literatura mundial, que o mérito seja dado a J.K Rowlling. Primeiro porque ela sabe, definitivamente, escrever. Tem um estilo que me lembra bastante o Gannymedes José, um pouco menos infantilizado. Depois porque ela sabe, definitivamente, escrever para crianças e adolescentes da nossa época. Diferentemente da maioria das obras infantis, Harry Potter tem personagens com relativa consistência, com conflitos muitas vezes tão dramáticos quanto os de um adulto. A morte nua e crua é presente nos livros, bem como o abandono, a falta de dinheiro e a dor. E todos devidamente explorados pela autora. Talvez por essa relativa crueza com que trata de temas até então longínquos do universo infantil, talvez pela habilidade em mesclar diversão, conflito, alegria e um mundo encantado, ela vem arrecadando uma legião de pequenos fãs. Crianças que, até bem pouco tempo, costumavam passar longe das prateleiras das livrarias. Que o mérito seja concedido: J.K Rowlling merece aplausos por mostrar às crianças o caminho da prateleira e, também, por mostrar que um livro de 300 páginas pode muito bem ser adequado para a gurizada.