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Confissões de uma mente perigosa é um filme que poderia ser interessante: Conta a história de
Chuck Barris, roteirista e apresentador de um programa de péssimo gosto da TV americana, que nas horas vagas, é um assassino da CIA.Ou seja, o cara leva uma vida dupla. Além disso, é a estréia de George Clooney na direção e conta com um grupo de atores respeitável: Brad Pitt, Julia Roberts, Drew Barrimore, Matt Damon...
Tudo para ser um bom filme. Entretanto, não é. Tentar ser cult e, na verdade, parece um emaranhado de retalhos de assinaturas de diretores famosos. Cenas tipicamente sondenberghianas, ângulos kubrickianos, corridas de câmera à la Tykwer... enfim, parece que o George Clooney estudou bem demais a cartilha dos grandes diretores. O resultado é decepcionante. Além de cenas previsíveis, diálogos chatos e uma
fixação na bunda do Sam Rockwell, o filme abusa dos
clichês de filmes de sexo e espionagem. O pior de tudo é que no fim, parece realmente uma
grande colagem: nenhum senso estético, nenhum senso criativo, nenhum senso de roteiro. Cansa o espectador. Peca, exatamente, por
não explorar o principal lance do livro: ninguém sabe se a história de Chuck
é verdadeira ou não. É uma pena, porque imagino que o livro em que foi inspirado seja bem interessante.