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Comunidades Virtuais: Questionamentos e Discussão
24-10-2008
Graças ao congresso da IR 9, voltei um pouco a pensar sobre a questão das comunidades virtuais. Acho que há várias temáticas aqui que precisam ser desenvolvidas e pensadas, vou tentar alinhavar algumas nas quais pensei durante o evento.
Comunidades Virtuais x Redes Sociais
Parece que temos uma mudança importante nas discussões sobre comunidades virtuais nos últimos tempos. A discussão que muitos abordaram na IR foi, especificamente, se o debate a respeito das comunidades estaria superado pelo debate em torno das redes. Acredito, como já defendi outras vezes, que as comunidades podem ser compreendidas através da estrutura e da composição das redes sociais, como tipos específicos de redes. A discussão da estrutura vê a comunidade como um cluster ou clique na rede social, ou seja, um aglomerado de nós muito conectados. A discussão da composição, trabalha com aqueles elementos sociais que seriam característicos de um agrupamento social com características de comunidade, como a presença de laços fortes, sentimento de pertencimento e etc. Para mim, as questões aqui ficam: Como compreender as comunidades dentro das redes sociais? São perceptíveis apenas através da estrutura? Essa é suficiente? É possível observar também a composição e o conteúdo delas?
Podemos falar em tipos de Comunidades Virtuais?
Outra parte do debate esteve focado na questão de, se considerarmos as comunidades como estruturas com composição diferenciada, será que poderíamos discutir tipos diferentes de comunidades? Nesse sentido, poderíamos discutir as comunidades a partir de sua formação, como emergentes (aquelas que surgem de forma bottom-up) ou associativas (aquelas que surgem de forma top-down), como já fiz (Recuero, 2006). Mas será que podemos discutir as comunidades também com relação a outros elementos como a presença de diferentes tipos de capital social ou de diferentes tipos de laços sociais? Quais propriedades teriam comunidades emergentes e associativas em tipos diferentes de redes?
Comunidades Virtuais ou simples Comunidades?
Um dos elementos mais discutidos a respeito desses agrupamentos é que as comunidades virtuais não são inteiramente virtuais. A maioria dos agrupamentos com características comunitárias persiste não apenas no espaço online mais igualmente no espaço offline. Mas, ainda assim, o ciberespaço tem tornado-se um espaço, muitas vezes, prioritário para a manutenção dos laços sociais e do capital social de manutenção (Ellison, Steinfeld & Lampe, 2007). Mas igualmente, o ciberespaço é um espaço de socialização em todos os sentidos, pois há pessoas conhecendo novas pessoas, criando novos laços e aprofundando os laços existentes. Assim, comunidades virtuais não são comunidades como as offline, mas grupos de pessoas cujos laços sociais são mantidos/construídos/aprofundados no ciberespaço. O termo, penso eu, refere-se ao espaço virtual como o espaço de percepção e estudo desses grupos ou ao fato de que este é o espaço de socialização prioritária desses. No entanto, a discussão ainda permanece, pois até que ponto essas comunidades "virtualizadas" perdem ou agregam características das comunidades como eram percebidas no espaço offline? Se há uma mudança significativa nos processos sociais, será que as comunidades não são cada vez mais "virtuais" e menos "offline"? Será que o advento da "ubiquidade dos espaços sociais" não está alterando a própria noção de comunidade e tornando-a mais "maffesoliniana"?
Comunidades e E-learning
Esse tema estava presente em muitos minitracks, especialmente naquela organizado pela Caroline Haythorthwaite. De um modo geral, discutiu-se muito a necessidade do ambiente social informal para o aprendizado na EAD. A maior parte dos trabalhos discutia a falta de laços sociais entre os integrantes dos cursos virtuais como um importante influenciador na falta de comprometimento e nas falhas de muitos desses ambientes. Acho que essa é uma discussão fundamental até mesmo quando falamos em inclusão digital. Todos os processos institucionais de inclusão e educação parecem sempre falhar ao levar em conta que um dos principais aspectos da Internet é, justamente, seu aspecto social. E esse aspecto, apropriação ou não, não pode ser dissociado dos demais processos. Assim, ficam as questões: Como os processos de educação mediada pelo computador e os processos sociais estão relacionados? Como os sites de redes sociais influenciam a educação? Como trabalhar inclusão digital através da apropriação das ferramentas?
Esses são apenas alguns tópicos que estão em discussão. Eu estou terminando um artigo discutindo um pouco mais sobre comunidades virtuais hoje e alguns dos aspectos que falei acima, em breve, vou colocá-lo na parte de artigos (e atualizar lá, que tem muita coisa para colocar).
Comunidades Virtuais x Redes Sociais
Parece que temos uma mudança importante nas discussões sobre comunidades virtuais nos últimos tempos. A discussão que muitos abordaram na IR foi, especificamente, se o debate a respeito das comunidades estaria superado pelo debate em torno das redes. Acredito, como já defendi outras vezes, que as comunidades podem ser compreendidas através da estrutura e da composição das redes sociais, como tipos específicos de redes. A discussão da estrutura vê a comunidade como um cluster ou clique na rede social, ou seja, um aglomerado de nós muito conectados. A discussão da composição, trabalha com aqueles elementos sociais que seriam característicos de um agrupamento social com características de comunidade, como a presença de laços fortes, sentimento de pertencimento e etc. Para mim, as questões aqui ficam: Como compreender as comunidades dentro das redes sociais? São perceptíveis apenas através da estrutura? Essa é suficiente? É possível observar também a composição e o conteúdo delas?
Podemos falar em tipos de Comunidades Virtuais?
Outra parte do debate esteve focado na questão de, se considerarmos as comunidades como estruturas com composição diferenciada, será que poderíamos discutir tipos diferentes de comunidades? Nesse sentido, poderíamos discutir as comunidades a partir de sua formação, como emergentes (aquelas que surgem de forma bottom-up) ou associativas (aquelas que surgem de forma top-down), como já fiz (Recuero, 2006). Mas será que podemos discutir as comunidades também com relação a outros elementos como a presença de diferentes tipos de capital social ou de diferentes tipos de laços sociais? Quais propriedades teriam comunidades emergentes e associativas em tipos diferentes de redes?
Comunidades Virtuais ou simples Comunidades?
Um dos elementos mais discutidos a respeito desses agrupamentos é que as comunidades virtuais não são inteiramente virtuais. A maioria dos agrupamentos com características comunitárias persiste não apenas no espaço online mais igualmente no espaço offline. Mas, ainda assim, o ciberespaço tem tornado-se um espaço, muitas vezes, prioritário para a manutenção dos laços sociais e do capital social de manutenção (Ellison, Steinfeld & Lampe, 2007). Mas igualmente, o ciberespaço é um espaço de socialização em todos os sentidos, pois há pessoas conhecendo novas pessoas, criando novos laços e aprofundando os laços existentes. Assim, comunidades virtuais não são comunidades como as offline, mas grupos de pessoas cujos laços sociais são mantidos/construídos/aprofundados no ciberespaço. O termo, penso eu, refere-se ao espaço virtual como o espaço de percepção e estudo desses grupos ou ao fato de que este é o espaço de socialização prioritária desses. No entanto, a discussão ainda permanece, pois até que ponto essas comunidades "virtualizadas" perdem ou agregam características das comunidades como eram percebidas no espaço offline? Se há uma mudança significativa nos processos sociais, será que as comunidades não são cada vez mais "virtuais" e menos "offline"? Será que o advento da "ubiquidade dos espaços sociais" não está alterando a própria noção de comunidade e tornando-a mais "maffesoliniana"?
Comunidades e E-learning
Esse tema estava presente em muitos minitracks, especialmente naquela organizado pela Caroline Haythorthwaite. De um modo geral, discutiu-se muito a necessidade do ambiente social informal para o aprendizado na EAD. A maior parte dos trabalhos discutia a falta de laços sociais entre os integrantes dos cursos virtuais como um importante influenciador na falta de comprometimento e nas falhas de muitos desses ambientes. Acho que essa é uma discussão fundamental até mesmo quando falamos em inclusão digital. Todos os processos institucionais de inclusão e educação parecem sempre falhar ao levar em conta que um dos principais aspectos da Internet é, justamente, seu aspecto social. E esse aspecto, apropriação ou não, não pode ser dissociado dos demais processos. Assim, ficam as questões: Como os processos de educação mediada pelo computador e os processos sociais estão relacionados? Como os sites de redes sociais influenciam a educação? Como trabalhar inclusão digital através da apropriação das ferramentas?
Esses são apenas alguns tópicos que estão em discussão. Eu estou terminando um artigo discutindo um pouco mais sobre comunidades virtuais hoje e alguns dos aspectos que falei acima, em breve, vou colocá-lo na parte de artigos (e atualizar lá, que tem muita coisa para colocar).