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Sobre Retweets: A Economia do Twitter
28-06-2009
Recentemente, a danah boyd, o Scott Golder e o Gilad Lotan disponibilizaram um rascunho do artigo "Tweet, tweet, retweet" para comentários, analisando os aspectos conversacionais dos retweets. Para os autores, o retweet não é só um ato conversacional, mas uma forma de difundir informações e engajar-se na conversa, mesmo sem se estar efetivamente contribuindo para a mesma.
RTs são conversacionais?
Quando alguém retwita alguém, há uma menção ao autor do tweet original. De uma certa forma, essa referência poderia ser considerada conversacional. Mas será que o autor da referência sente-se parte da conversa? Será que ao fazer um RT estamos realmente adentrando uma conversação? De uma certa forma, parece-me que não, pois quase sempre as redes de seguidos e seguidores não são inteiramente coincidentes junto aos twitters. Talvez possamos considerar que os retweets são modos de iniciar um outro diálogo, junto à rede de seguidores que alguém tem. Mas tenho dúvidas que possamos considerar um RT como uma forma de entrar em uma grande conversa onde não há retorno e não há diálogo.
RTs são formas de difusão de informação?
Retweets são formas de difundir uma informação que alguém considera relevante. O crédito ao autor da mensagem é uma forma de angariar também um pouco de credibilidade para o que se publica. Ao retwitar alguém, dá-se um pouco de credibilidade à informação na rede do autor original e, ao mesmo tempo, recebe-se as benesses de trazer algo que seja considerado relevante para sua própria rede no Twitter. Assim, o RT não é só uma forma de difundir informações, mas de construí-las como informações relevantes.
RTs são focados em capital social?
Do meu ponto de vista, sim. Parece-me que o retweet é uma prática que engloba um forte aspecto econômico. Ao dar-se RT a alguém, dá-se poder e valor àquele ator. Ao mesmo tempo, recebe-se poder e valor quando a rede social recebe a informação, pois somos considerados relevantes. Há, assim, uma prática econômica. Enquanto algumas vezes retwitamos amigos para dar-lhes visibilidade, outras vezes, escolhemos informações que consideramos que nossos seguidores ainda não têm. Outras vezes ainda, escolhemos meramente informações novas. E por fim, selecionamos também informações que estão em nosso espectro de interesse e que, acreditamos, também estarão naquele dos seguidores.
A Economia do Twitter
Assim, não estou totalmente convencida que os RTs tenham um forte componente conversacional. Ao contrário, parecem-me focados em outros aspectos, como a difusão de informações, o capital social e a estrutura das redes sociais. Há uma economia no Twitter, que reflete valores como seguidores, seguidos e retweets. E essa economia parece ser baseada em valores de troca como RTs, seguidores e referências (@s). É por causa dessa impressão que julgo o Twitter sempre com menor valor conversacional. Não que a conversação não exista, existe. Mas também é submetida aos valores de troca que estão sendo criados na ferramenta. Responde-se para ser citado. Cita-se para ser respondido. O valor é a visibilidade na rede. Retwita-se para receber credibilidade e relevância. Muitos retwittam para mostrar que foram citados. Queremos credibilidade e relevância para ter nossa própria audiência particular. Como eu disse, há muito tempo, em uma palestra: o Twitter parece ser a ferramenta mais semelhante ao broadcast que temos na Internet. Uma coisa é certa: o Twitter apresenta redes sociais em mutação, com apropriações cada vez mais semelhantes e, ao mesmo tempo, com idiossincrasias próprias.
RTs são conversacionais?
Quando alguém retwita alguém, há uma menção ao autor do tweet original. De uma certa forma, essa referência poderia ser considerada conversacional. Mas será que o autor da referência sente-se parte da conversa? Será que ao fazer um RT estamos realmente adentrando uma conversação? De uma certa forma, parece-me que não, pois quase sempre as redes de seguidos e seguidores não são inteiramente coincidentes junto aos twitters. Talvez possamos considerar que os retweets são modos de iniciar um outro diálogo, junto à rede de seguidores que alguém tem. Mas tenho dúvidas que possamos considerar um RT como uma forma de entrar em uma grande conversa onde não há retorno e não há diálogo.
RTs são formas de difusão de informação?
Retweets são formas de difundir uma informação que alguém considera relevante. O crédito ao autor da mensagem é uma forma de angariar também um pouco de credibilidade para o que se publica. Ao retwitar alguém, dá-se um pouco de credibilidade à informação na rede do autor original e, ao mesmo tempo, recebe-se as benesses de trazer algo que seja considerado relevante para sua própria rede no Twitter. Assim, o RT não é só uma forma de difundir informações, mas de construí-las como informações relevantes.
RTs são focados em capital social?
Do meu ponto de vista, sim. Parece-me que o retweet é uma prática que engloba um forte aspecto econômico. Ao dar-se RT a alguém, dá-se poder e valor àquele ator. Ao mesmo tempo, recebe-se poder e valor quando a rede social recebe a informação, pois somos considerados relevantes. Há, assim, uma prática econômica. Enquanto algumas vezes retwitamos amigos para dar-lhes visibilidade, outras vezes, escolhemos informações que consideramos que nossos seguidores ainda não têm. Outras vezes ainda, escolhemos meramente informações novas. E por fim, selecionamos também informações que estão em nosso espectro de interesse e que, acreditamos, também estarão naquele dos seguidores.
A Economia do Twitter
Assim, não estou totalmente convencida que os RTs tenham um forte componente conversacional. Ao contrário, parecem-me focados em outros aspectos, como a difusão de informações, o capital social e a estrutura das redes sociais. Há uma economia no Twitter, que reflete valores como seguidores, seguidos e retweets. E essa economia parece ser baseada em valores de troca como RTs, seguidores e referências (@s). É por causa dessa impressão que julgo o Twitter sempre com menor valor conversacional. Não que a conversação não exista, existe. Mas também é submetida aos valores de troca que estão sendo criados na ferramenta. Responde-se para ser citado. Cita-se para ser respondido. O valor é a visibilidade na rede. Retwita-se para receber credibilidade e relevância. Muitos retwittam para mostrar que foram citados. Queremos credibilidade e relevância para ter nossa própria audiência particular. Como eu disse, há muito tempo, em uma palestra: o Twitter parece ser a ferramenta mais semelhante ao broadcast que temos na Internet. Uma coisa é certa: o Twitter apresenta redes sociais em mutação, com apropriações cada vez mais semelhantes e, ao mesmo tempo, com idiossincrasias próprias.