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A Economia do Twitter: Mais Apontamentos
5-10-2009
O modo através do qual as pessoas decidem o que twittar, quais links clicar e quais links repassar na ferramenta é um dos pontos que mais me interessa compreender. Primeiro porque o Twitter mudou radicalmente o processo de percepção da difusão de informações: Hoje, com qualquer ferramenta desenvolvida para ele, é possível acompanhar trendings, pessoas e um pouco dos assuntos que se destacam diante de uma multidão de falantes de determinadas línguas. Esses movimentos da informação acabam modificando os processos de filtragem e de comunicação entre as redes sociais: o Twitter tem mostrado, por exemplo, que a rede de filiação parece ser muito mais eficiente para transmitir informações do que a rede de conversação (para saber mais sobre esses tipos de rede, leia este paper).
Mas como se dá o processo de difusão de informações?
Aparentemente, podemos dizer que há uma espécie de "economia" no Twitter, baseada em percepções de capital social. Capital social aqui, não é uma idéia de valor material, mas de valor abstrato, construído pela rede social e apropriado pelo ator para ser transformado em outras formas de capital (por exemplo, dinheiro). As pessoas parecem perceber as informações como um bem de valor e por isso, selecionam - ainda que com critérios próprios - o que deve ser passado à sua rede de seguiradores e o que não deve. Essas decisões parecem ser tomadas com base nos objetivos do ator em termos de capital social na ferramenta: ser conhecido (popularidade), aparecer em ferramentas específicas (visibilidade), ser reconhecido como autoridade (autoridade/reputação), construir uma rede social maior (aka. adquirir seguidores - popularidade/sociabilidade), conversar com os amigos (sociabilidade), obter algum outro tipo de reconhecimento (reputação) etc. Esses valores, como são construídos na rede, precisam ser negociados com os demais atores e a qualidade da informação parece ser uma dessas moedas.
A Economia dos Links Twitter
Os atores assim, constróem estratégias para filtrar as informações, que vão desde a escolha dos seguidos até a decisão do que vai ser publicado para sua rede. Nesse último caso, estão as estratégias de economia dos links na ferramenta.
Para saber mais do que estão "falando" no Twitter há várias ferramentas focadas em tweets brasileiros:
Bla Bla Bra - Mais focada nos assuntos e palavras-chaves mais citadas.
Migre.me - Mais focada nos atores e nos links repassados.
Mas como se dá o processo de difusão de informações?
Aparentemente, podemos dizer que há uma espécie de "economia" no Twitter, baseada em percepções de capital social. Capital social aqui, não é uma idéia de valor material, mas de valor abstrato, construído pela rede social e apropriado pelo ator para ser transformado em outras formas de capital (por exemplo, dinheiro). As pessoas parecem perceber as informações como um bem de valor e por isso, selecionam - ainda que com critérios próprios - o que deve ser passado à sua rede de seguiradores e o que não deve. Essas decisões parecem ser tomadas com base nos objetivos do ator em termos de capital social na ferramenta: ser conhecido (popularidade), aparecer em ferramentas específicas (visibilidade), ser reconhecido como autoridade (autoridade/reputação), construir uma rede social maior (aka. adquirir seguidores - popularidade/sociabilidade), conversar com os amigos (sociabilidade), obter algum outro tipo de reconhecimento (reputação) etc. Esses valores, como são construídos na rede, precisam ser negociados com os demais atores e a qualidade da informação parece ser uma dessas moedas.
A Economia dos Links Twitter
Os atores assim, constróem estratégias para filtrar as informações, que vão desde a escolha dos seguidos até a decisão do que vai ser publicado para sua rede. Nesse último caso, estão as estratégias de economia dos links na ferramenta.
a) Como os links são valorizados?
O mecanismo de valorização dos links parece estar relacionado com a sua novidade (notícias muito velhas raramente são repassadas), com a autoridade de quem publicou (já falei disso em outro post), com o valor percebido da difusão da informação (por exemplo, se eu repassar uma mensagem engraçada de algum ator, meus seguidores irão valorizá-la, repassando-a ou comentando-a), e com os objetivos do ator (formas de capital social que ele procura).
No entanto, há maneiras de burlar esses mecanismos e obter o valor mesmo sem dividir com a rede a informação. É o caso dos spammers que ficam enviando "@s" com links falsos, do uso de máscaras para links diferentes do assunto divulgado, O uso do "please RT" também é um modo de tentar conquistar os seguidores e fazê-los repassar a informação sem que ela, necessariamente, tenha o valor que o seguidor deseja.
b) Mecanismos de troca no processo
Repassar um link com a "@" de seu primeiro tweet é dar o crédito da informação para o ator que a passou originalmente. Esse processo também envolve uma troca, pois o ator que retuíta empresta mais divulgação para o ator que originalmente publicou e este, em retorno, empresta o valor de sua informação para o segundo grau da rede. Assim, há um processo de troca de capital social entre os atores, que está afinado com o capital social que desejam perseguir e obter, e com seus objetivos no Twitter, que parece guiar suas ações. Assim, há uma espécie de economia interna no processo, baseada na percepção de capital social, que parece influenciar muito a difusão de informações no Twitter. Em retorno, toda a rede obtém algum tipo de conhecimento em torno das informações que mais ecoam no processo, através de trending topics e do buzz gerado. E esse buzz pode sim influenciar muito as redes sociais que não estão no Twitter, repassando parte dos valores construídos ali para elas. Mas isso é assunto para outro post.
Para saber mais do que estão "falando" no Twitter há várias ferramentas focadas em tweets brasileiros:
Bla Bla Bra - Mais focada nos assuntos e palavras-chaves mais citadas.
Migre.me - Mais focada nos atores e nos links repassados.