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Retweets e Influenciadores
20-03-2011
Eu, a Gabriela Zago e o Ricardo Araújo estamos trabalhando com um foco no estudo dos retweets e seus mecanismos e tentando entender quais elementos influenciam os RTs e como e por que as pessoas escolhem dar RT em alguma informação e não em outra. Dentre alguns dos resultados que achamos interessantes, estão aqueles relacionados a quem é retuítado e quem não é.
Por exemplo, o grafo abaixo representa uma rede de retweets dados e um tweet mapeado a partir da conta do Ministério da Saúde (@minsaude). Reparem que a expressiva maioria de retweets faz menção à fonte original (no centro do grafo, em vermelho). Além disso, a fonte original é a única fonte citada na maioria dos RTs.
O interessante é que se olharmos a rede de seguidores (na figura a seguir), veremos que a maioria das pessoas que deu RT e citou o Ministério da Saúde não segue a conta deles (o ministério é o nó vermelho). Ou seja, a maior parte das pessoas mapeadas que deu RT apenas citou a conta do Ministério da Saúde como fonte, mas não recebeu a informação deles, mas de segunda ou terceira mão (por exemplo, em alguns casos, a distância geodésica das menções passou de 8 graus).
O que isso nos faz pensar?
Por enquanto ainda não temos muitos dados, mapeamos um número ainda pequeno de casos, mas esse comportamento tem sido repetido em todos eles. Fizemos também um estudo qualitativo, perguntando para as pessoas por que fazia RTs e o que desejavam obter (que comentei no último post). A hipótese que parece mais provável diante desses dados é aquela onde as pessoas "apagam" o caminho da informação, deixando apenas uma ou outra fonte considerada mais relevante (com maior capital social). Essa fonte, mesmo que não seja seguida pelo usuário, dá ao RT uma boa dose de credibilidade e serve ao fim de mostrar que a informação é relevante e importante para a rede de seguidores. Além disso, essa prática faz com que a informação não pareça "de segunda mão". Em alguns dos casos que examinamos, inclusive, quando o retweet era realizado por um influenciador, este passava a ser a principal menção, retirando a atenção do autor original do tweet.
Se esses dados se confirmarem, a menção no RT poderá ser percebida como uma medida importante de influência, mais do que o fato de ter realizado o tweet inicial. Ou seja, pessoas consideradas relevantes em determinados campos tenderiam a receber mais menções quando fazem um retweet mesmo quando não são as autoras originais das mensagens. Outro caso interessante que exemplifica isso e que examinamos foi a difusão da tag #SandyFacts e o número de menções recebidas pelos autores dos RTs. A conta @sandyfacts aparece como um dos egos da rede, sendo bastante citada. Entretanto, outros dois usuários apareceram como grandes influenciadores da idéia. Nesse caso, o mesmo cenário apareceu: muitas citações, mesmo por pessoas que não seguiam nenhum dos três influenciadores.
Tem mais coisas para discutir, mas vamos por partes. Outro dia foco mais algumas das idéias que tivemos e que estamos discutindo em cima da pesquisa. :)
Por exemplo, o grafo abaixo representa uma rede de retweets dados e um tweet mapeado a partir da conta do Ministério da Saúde (@minsaude). Reparem que a expressiva maioria de retweets faz menção à fonte original (no centro do grafo, em vermelho). Além disso, a fonte original é a única fonte citada na maioria dos RTs.
O interessante é que se olharmos a rede de seguidores (na figura a seguir), veremos que a maioria das pessoas que deu RT e citou o Ministério da Saúde não segue a conta deles (o ministério é o nó vermelho). Ou seja, a maior parte das pessoas mapeadas que deu RT apenas citou a conta do Ministério da Saúde como fonte, mas não recebeu a informação deles, mas de segunda ou terceira mão (por exemplo, em alguns casos, a distância geodésica das menções passou de 8 graus).
O que isso nos faz pensar?
Por enquanto ainda não temos muitos dados, mapeamos um número ainda pequeno de casos, mas esse comportamento tem sido repetido em todos eles. Fizemos também um estudo qualitativo, perguntando para as pessoas por que fazia RTs e o que desejavam obter (que comentei no último post). A hipótese que parece mais provável diante desses dados é aquela onde as pessoas "apagam" o caminho da informação, deixando apenas uma ou outra fonte considerada mais relevante (com maior capital social). Essa fonte, mesmo que não seja seguida pelo usuário, dá ao RT uma boa dose de credibilidade e serve ao fim de mostrar que a informação é relevante e importante para a rede de seguidores. Além disso, essa prática faz com que a informação não pareça "de segunda mão". Em alguns dos casos que examinamos, inclusive, quando o retweet era realizado por um influenciador, este passava a ser a principal menção, retirando a atenção do autor original do tweet.
Se esses dados se confirmarem, a menção no RT poderá ser percebida como uma medida importante de influência, mais do que o fato de ter realizado o tweet inicial. Ou seja, pessoas consideradas relevantes em determinados campos tenderiam a receber mais menções quando fazem um retweet mesmo quando não são as autoras originais das mensagens. Outro caso interessante que exemplifica isso e que examinamos foi a difusão da tag #SandyFacts e o número de menções recebidas pelos autores dos RTs. A conta @sandyfacts aparece como um dos egos da rede, sendo bastante citada. Entretanto, outros dois usuários apareceram como grandes influenciadores da idéia. Nesse caso, o mesmo cenário apareceu: muitas citações, mesmo por pessoas que não seguiam nenhum dos três influenciadores.
Tem mais coisas para discutir, mas vamos por partes. Outro dia foco mais algumas das idéias que tivemos e que estamos discutindo em cima da pesquisa. :)